Esta é a minha cidade
inventada por Deus
que me esconde quando
acordam as tempestades
e o mar sobe até ao
quinto andar
e há uma porta em forma
de cacimbo
com o cheiro a capim doce
e a terra húmida,
Há em mim esta cidade
preenchida nas telas
brancas
com espaços vazios
sombrias depois dos
alicerces teus cabelos
mergulharem na penumbra
do feitiço da noite,
Procuro a saída e percebo
que nesta cidade
na rua onde habito desta
cidade
não tem portas de
emergência
não tem escadas de
incêndio...
nem as palavras poéticas
das melodias dos cigarros em festa,
Esta cidade é uma “merda”
de cidade inventada
tem muitas portas
tem muitas janelas
mas nenhuma delas
me dão acesso ao amor dos
jardins junto ao rio,
Nesta cidade perdida ando
como um vampiro
ou um ramo de árvore
depois do pequeno-almoço
quando a sorte desaparece
e as pequenas lâmpadas do estômago fingem-se apagadas
esta cidade com esqueleto
de vidro e aço e granito
e pingos de silêncio dos
suicídios das gaivotas cinzentas...
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