Objectos complexos
quiçá dos números
perfeitos que o corpo absorve
objectos como serpentes
venenosas enroladas na garganta da morte...
e o teu novíssimo
esqueleto de chita vagueia sobre os zincos telhados
que a noite esconde
quando das estrelas vêem-se os alicerces da solidão,
Ove-se em ti o círculo de
sombra que a madrugada esconde
vivíamos embebidos no
pânico das amendoeiras em flor
percebíamos que um dia
também seriamos flores com braços de xisto
e no peito um pequeno
sorriso de rio elevar-se-á até ao cimo da insónia...
ouve-se que o teu corpo
amarrota papel pedaços como palmas de sofrimento nas ardósias das tardes de
suicídio...
Objectos cansados pelos
sons poéticos dos teus lábios
dizes-me que sempre fui
um louco
… um sonhador travestido
de mendigo voando nas transversais ruelas da cidade
eu... sou a cidade
prostituindo-se com a
poesia invisível dos trapos pincéis que o mar alimenta.
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