Fingias tristezas
no planalto imaginário
das palavras incompreendidas
desenhavas as árvores e
os arbustos que a despedida levou
quando regressou a
tempestade de areia
e o teu corpo permanecia
absorto ou morto ou simplesmente infinito,
Perdido nas íngremes
amargas letras vermelhas
imagens a preto-e-branco
projectavam-se-lhes como dentes de marfim
em crocodilos de madeira
negra
húmida
também ela ausente da
Primavera tarde que o silêncio amanhava,
E hoje
ninguém
coragem
ninguém o apanha do
cinzeiro vestido de abelhas flutuantes
quando me escrevias
insignificantes palavras desconexas,
Velhas
cansadas
mentiras de anda
como as madrugadas de
cimento
e a marmelada caseira,
Minhas manhãs de nada
ou nada sabendo que não
estás nas fingidas tristezas
de livros ou papel
amarrotado como as lanternas da solidão
e que sim que
simplesmente levitou
às mágoas uivas maçãs do
prazer...
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