Há os grãos de areia que
poisam na tua pele
como letras serpentes
voando de cerejeira em cerejeira
há as pedras pássaro que
dormem na tua mão
como uma sílaba acabada
de nascer
há nos teus seios
pincelados de cinzento
flores de pétala amarela
e olhos azuis,
Há a chuva embriagada
que das nuvens inventam o
prazer nocturno da paixão
rompem as amarras e as
correntes em aço
como saliva deleitada
entre rios e pontes imaginárias...
há mulheres com bocas de
cetim
brincando como crianças
nos relvados e jardins,
Há os dias sem fazer nada
e os minutos às janelas
envidraçadas
há lágrimas dilaceradas
como águias envenenadas
pelos pequenos parafusos
de aço
que alicerçam os barcos
ao cais dos desejos...
há os grãos de areia que
poisam na tua pele.
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