quarta-feira, 25 de setembro de 2024

As madrugadas ausentes

 

Horríveis

as madrugadas ausentes da tua invisibilidade

as noites sem noite

as estrelas ardem nas ardósias do desejo

 

horríveis

as tuas mãos de ninguém

quando tocam o meu rosto de granito abandonado

 

horríveis

as madrugadas ausentes

quando as janelas do meu quarto se transformam em vãos de escada

com grades de aço

 

horríveis

eu à tua espera junto ao cais travestido de mendigo

a desenhar um rio de mentira

onde brinca um amor dentro da clareira

e correm as gaivotas dos teus olhos

inventados por mim numa noite de loucura

 

horríveis

todos os nomes

e flores e árvores da floresta do amor.

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