Construo os alicerces de
prata
no centro da noite
escrevo amo-te sobre o
ponto negro
da fotografia onde se
ouve o mar
e ao longe
o cheiro intenso dos
barcos sem amor
(e ao longe os uivos dos
corações
ancorados ao cais pintado
de negro)
construo as palavras dos
teus lábios
e fingidos orgasmos de
luz
entram nas sombras das
árvores apaixonadas
o teu belíssimo sorriso
mergulha nas planícies do
centeio adormecido
às vagas sem destino
(e ao longe os uivos das
palavras
que dormem no caderno
preto)
sábias melódicas flores
de prata
terminam a viagem nos
teus olhos de noite
e que a morte
e que a morte é
simplesmente
um texto de ficção
no caos do amanhecer
acorda o desamor
entre as quatro paredes
da solidão
um poema com deficiência
na construção
das rimas insignificantes
antes de terminar o dia
a das árvores do teu
peito
o centro da cidade
num ponto negro de luz
à espera das melódicas
flores
nos rochedos do desamor.
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