As palavras estonteantes
que prenunciavas na minha ausência
e eu sem o saber
acreditava em sonhos de infância
e cidades de vidro
e noites com lâmpadas
mágicas vestidas com livros de poesia
e manhãs de quinta-feira
pobres ou doentes ou quase nada,
De mim
quando sinto o meu corpo
rolar sobre as rochas de insónia
e mergulhar no líquido
viscoso dentro de uma conduta de cerâmica
oiço-os e sei que me
perseguem
como cães raivosos
provenientes das catacumbas do prazer,
Às palavras sem o destino
perfume dos cinzentos fetos despidos como as ervas daninhas
quando caminham pela
floresta do medo
sei que eles me perseguem
e que nunca me
encontrarão porque há muito me sinto morto
longe deste silêncio
disfarçado de felicidade...
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