segunda-feira, 30 de setembro de 2024

A Floresta do Medo

 

As palavras estonteantes que prenunciavas na minha ausência

e eu sem o saber acreditava em sonhos de infância

e cidades de vidro

e noites com lâmpadas mágicas vestidas com livros de poesia

e manhãs de quinta-feira pobres ou doentes ou quase nada,

 

De mim

quando sinto o meu corpo rolar sobre as rochas de insónia

e mergulhar no líquido viscoso dentro de uma conduta de cerâmica

oiço-os e sei que me perseguem

como cães raivosos provenientes das catacumbas do prazer,

 

Às palavras sem o destino perfume dos cinzentos fetos despidos como as ervas daninhas

quando caminham pela floresta do medo

sei que eles me perseguem

e que nunca me encontrarão porque há muito me sinto morto

longe deste silêncio disfarçado de felicidade...

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