Uma chuva de pedras
loiras
sobre as sombras cansadas
dos invisíveis olhares da noite
vais partir em direcção
ao nada
manhã desgovernada
cansada triste a paixão
das palavras tontas
na tua doce mão,
cansada chuva de pedras
loiras
em direcção ao nada
madrugada dos pincéis
alimentados pelos desenhos dos espelhos coloridos
perdidamente apaixonados
dentro do cubo de vidro
onde adormecem os teus
olhos meus,
uma chuva
longa
tonta
deserta
na tua doce mão
a boca em silêncios de
pedras loiras.
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