quarta-feira, 18 de setembro de 2024

A boca em silêncios de pedras loiras

 

Uma chuva de pedras loiras

sobre as sombras cansadas dos invisíveis olhares da noite

vais partir em direcção ao nada

manhã desgovernada

cansada triste a paixão das palavras tontas

na tua doce mão,

 

cansada chuva de pedras loiras

em direcção ao nada

madrugada dos pincéis alimentados pelos desenhos dos espelhos coloridos

perdidamente apaixonados

dentro do cubo de vidro

onde adormecem os teus olhos meus,

 

uma chuva

longa

tonta

deserta

na tua doce mão

a boca em silêncios de pedras loiras.

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