Voava dentro daquele
espaço curvilíneo,
Nas paredes,
Construídas de vidro
invisível,
Escondiam-se janelas,
Voava dentro daquele
espaço,
De mão atadas,
De pernas atadas…
E sentia-me…
E sentia-me tão feliz,
Às vezes,
Às vezes vendia o cansaço
A troco de nada,
E voava,
Voava,
E só regressava…
Pela madrugada,
Voava dentro daquele
espaço
Nauseabundo,
Infestado de pulgas,
Percevejos
Abelhas…
E agulhas mortas,
E voava…
Dançando sobre o vento,
Despia-me,
Vestia-me…
E quando acordava…
Agradecia a Deus…
Por estar vivo,
E eu voava,
Voava…
Nos braços da ausência.
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