desta maré de sono, que se entranha no
teu corpo, cacimbo que poisa nos teus lábios,
sempre que a noite,
se despe em frente ao rio.
é este mar cinzento, disperso, sem
madrugada nos teus cabelos,
pássaro em papel cremado pelo incenso,
se ergue na alvorada,
o medo, de amar.
no medo, em desejar. desta maré de sono,
pobre em pão e rica em poesia, sempre que a tarde é apenas o silêncio do dia
ou sempre que a noite,
é o inferno das estrelas. senta-se numa
cadeira de insónia o poeta que ama,
sem perceber que és apenas uma flor,
suspensa no vento.
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