quinta-feira, 15 de agosto de 2024

 

aos poucos, esqueço-me de ti.

aos poucos, ergo-me desta latitude envenenada por uma lâmina,

aos poucos,

salivo a distância até à próxima estrela, aos poucos

sou também eu,

uma estrela.

 

aos poucos, caminho em sentido à tua sombra, que aos poucos,

se veste de luz. aos poucos, o dia engorda, os pássaros, os pássaros mergulham na manhã, que também ela, aos poucos, se transforma em poeira. aos poucos,

a música é o sol, que aos poucos, inventa o sono

na tua mão.

 

aos poucos, tomo café, e acordo da bebedeira da noite passada.

aos poucos, oiço o meu amigo gijón, dos poucos

ainda vivos, aos poucos conversamos sobre os filhos, que nem eu e nem ele, temos. aos poucos, bebemos cerveja, fumamos um charro, que aos poucos,

adormeceu no mercado.

 

aos poucos, esqueço-me de ti!

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