pareço um corpo
embriagado no escuro. o peso das
pálpebras é superior ao peso da luz,
multiplicando por quatro
o silêncio da saudade.
uma estrela morre na minha mão, a
esferográfica silencia-se perante o peso da luz,
e suicidara-se de seguida
contra as pálpebras embriagadas do
escuro. o mar
entra logo pela manhã, quando a janela
está aberta
e há um quadro, só, suspenso numa
parede. não tem nome, esta pintura.
pareço um corpo
desgovernado em direcção ao sol.
deixando cair, aqui e ali, pequenas coisas, construídas de barro e medo. só uma
luz é capaz de furar a ausência, elevar sobre as árvores, as ninharias e
velharias, sobre uma mesa plastificada com pequenas gotículas de um líquido
embriagante, ou cicuta ou
um pedaço de sono.
ou um corpo ausente.
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