segunda-feira, 26 de agosto de 2024

 

Alijó foi palco de lugares e pessoas características, que com o passar dos anos, desapareceram. Quase que em cada esquina, havia uma tasca, um café ou um restaurante.

Hoje existem alguns imbecis e novos-ricos.

Hoje o centro da vila está despovoado, e ao fim-de-semana, muitas das vezes, não há onde se possa tomar um café ou saborear uma refeição. Dos poucos que existem, estão encerrados ao fim-de-semana.

Depois queixam-se os empresários de que os turistas não vêm, mas pensando bem, vêm cá fazer o quê? Ver caixotes do lixo a abarrotar e cães vadios e restaurantes e similares encerrados?

Em meados dos anos oitenta, éramos cerca de dois mil alunos na Escola Secundário D. Sancho Segundo e Escola Preparatória; hoje nem seiscentos são na totalidade.

Nos intervalos das aulas, ou após as aulas, íamos até à tasca do Zezé pitadas, onde hoje é o laboratório de análises da Unilabs. Bebíamos copos de vinho, moscatel ou cerveja. Comíamos uma posta de raia frita ou um ovo cozido. Às vezes, quase sempre, alguém levava uma guitarra e ficávamos lá…

Conversávamos muito.

Não tínhamos tecnologia, mas usávamos a cabeça.

Hoje têm tanta tecnologia, e não utilizam a cabeça.

O Zezé pitadas ou José de Barros Lopes foi um dos maiores dadores de sangue do Concelho de Alijó com honras de notícia de jornal na altura e tem uma rua com o seu nome.

Que saudades destes lugares e desta gente.

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