sexta-feira, 23 de agosto de 2024

 

Acordas no meu peito. Estás dentro do meu sonho, e sinto o teu cabelo em pedacinhos de silêncio, por entre os meus dedos.

Acaricio os teus lábios com os meus lábios; e quão doces são os teus lábios,

Escuto a canção que trazes no peito, e o teu coração é uma nave espacial, perdida na galáxia.

Pego na tua mão que amo, escrevo nela as palavras mágicas que guardo no meu coração,

E levito sobre ti, alimentando de beijos cada bocadinho da tua pele.

 

Acordas no meu peito, meu amor, aos poucos te ergues nos meus braços, árvore invisível do jardim da poesia, uma rosa no teu cabelo, um objecto de barro sobre a mesinha-de-cabeceira, um pássaro te olha, e te deseja

Tanto como eu.

 

Acordas no meu peito. Estás dentro do meu sonho, tu, tu és o meu sonho.

É dia, são quase os teus olhos neste relógio da vida, que é caminhar junto ao rio, enquanto olho as acácias, enquanto a fogueira do teu peito cessa de me ofuscar, recordando-me que os meus sonhos são irrealizáveis, sem sentido, sem nada…

 

E tenho medo de que tudo seja real, e tenho medo de te abraçar.

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