(à
Cristina)
Aporto nas tuas coxas em
delírio, e sinto cada palavra que se ergue da tua pele,
Escrevo no teu seio
qualquer coisas sem nexo, qualquer coisa à procura de prazer,
Sítio deste pequeno
silêncio.
Oiço-te em cada gemido o
orgasmo lunar das tuas mãos, que encontram no meu sexo, o pôr-do-sol.
Cada milímetro quadrado
do teu corpo é um mar de rosas, é um oceano em combustão,
Que no peito da noite
Escava na tua boca,
O primeiro gemido.
Em cima da
mesa-de-cabeceira, um livro de Mia Couto, e todos os sons de África se
entranham no teu corpo,
E fazem-me recordar,
A minha África de
infância.
Lá fora, há um ressonar
de estrelas, lá fora, há um pedaço de luz que entrará dentro de ti,
Como se fosse uma espada
de desejo…
Como se fosse um pássaro
em retirada,
Depois da meia-noite.
Tenho medo de te perder.
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