domingo, 25 de agosto de 2024

 

(à Cristina)

 

Aporto nas tuas coxas em delírio, e sinto cada palavra que se ergue da tua pele,

Escrevo no teu seio qualquer coisas sem nexo, qualquer coisa à procura de prazer,

Sítio deste pequeno silêncio.

Oiço-te em cada gemido o orgasmo lunar das tuas mãos, que encontram no meu sexo, o pôr-do-sol.

 

Cada milímetro quadrado do teu corpo é um mar de rosas, é um oceano em combustão,

Que no peito da noite

Escava na tua boca,

O primeiro gemido.

Em cima da mesa-de-cabeceira, um livro de Mia Couto, e todos os sons de África se entranham no teu corpo,

E fazem-me recordar,

A minha África de infância.

 

Lá fora, há um ressonar de estrelas, lá fora, há um pedaço de luz que entrará dentro de ti,

Como se fosse uma espada de desejo…

Como se fosse um pássaro em retirada,

Depois da meia-noite.

 

Tenho medo de te perder.

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