sexta-feira, 19 de julho de 2024

 

Meu querido,

 

Deves estar muito feliz, Domingo, os teus camaradas bombeiros vão condecorar-te; vais ter mais uma medalha para juntares às outras duas que já tens.

Tu, muito feliz, e eu, muito orgulhoso. Fui tão ruim, que um dia juraste se eu sobreviesse, não querias mais filhos. E eu aqui estou. Só.

Ensinaste-me que eu tinha de te dividir entre, os teus camaradas bombeiros e aqueles que precisavam de ajuda. Custou-me muito, muito, mas aos poucos, éramos todos felizes. E a tua ausência passou a ser permanência…

E Domingo, vou receber por ti, a condecoração: sim, pai, passados alguns dias coloco a medalha no armário que existe no segundo andar dos bombeiros com algumas recordações tuas, e claro, ela lá esta melhor, do que esquecida numa das minhas estantes de livros.

Aos poucos, percebo, o quão bom foi ter-te divido, entre os bombeiros e aqueles que precisavam de ajuda…

Domingo, pai. Domingo estaremos os quatro juntos; eu, a Cristina, tu e a mãe.

Coitada da mãe; gosto tanto dela.

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