Meu amor!
Se é que eu posso
tratar-te por meu amor, ou por minha queria ou por minha flor, ou por meu
perfume…
Desenhei os versos da tua
noite, na minha noite, embalado no mortífero desejo de te abraçar, quando tu,
não passas de uma árvore frágil e dócil. Se é que eu posso tratar-te por meu
perfume, juntinho à fogueira dos meus livros, juntinho à tinta derramada pelos
meus dedos.
Meu amor!
As palavras são rosas e
as vírgulas, são espinhos; por isso te envio tantas rosas!
Dizer-te que te amo e que
não acredito que um dia me ofereças algumas das tuas rosas, porque o silêncio é
a tua voz...
Dizer-te que um dia,
quando leres esta carta, não existirá mais Primavera, tão pouco flores, tão
pouco eu…
Meu amor!
Se é que eu posso
tratar-te desta forma, dizer-te que a noite é um desejo de ver-te pincelada nos
meus olhos, mas não passa de um desejo, tão pouco apareces pincelada nos meus
olhos.
Esta noite vi um tigre a
brincar com o teu cabelo de sono, algum tempo depois, o teu cabelo de sono e o tigre,
dormiam, profundamente na minha mão.
Dizer-te que o café que
tiro às seis da manhã, quando acordo, às vezes está amargo, às vezes, está
zangado
Por eu te amar, minha
doce Primavera.
(10/04/2024 / Francisco)
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