Sou um estranho que te
olha, quando me estranho em frente a este espelho, quando cerro os olhos, e
vejo-te envergonhada em busca das minhas palavras aleatórias.
Sou um estranho que
chora.
Sou um estranho que te
olha, que me rezem ao ouvido
amo-te,
depois que as cadeiras
que o meu silêncio ilumina, absorvo-me se esta noite termina estrelada.
Mas não existem estrelas,
hoje.
Porque me despeço deste
desenho, deste arvoredo disfarçado de noite,
à janela,
me olho,
e te olho,
absorto,
invisível na dimensão do
universo.
Despeço-me da janela
porque será que as
árvores ainda dormem, quando os primeiros triângulos da madrugada,
vivem na tua mão,
e eu sou um estranho.
Estranhando que a minha
sombra ainda me siga, para cada lugar que me desloque…
Dedico-me a despedir-me
de um estranho, que sabendo eu desta imbecil madrugada que se avizinha,
eu me esconda dentro
desta pedra de insónia.
A vida que eu espero, não
tendo vida, nunca tive uma folha em papel onde escrevesse a minha vida,
Erguer-me desta pedra,
Onde me esqueço da estranheza,
de eu ser um estranho que navega nos teus olhos.
(orgasmo literário)
Sem comentários:
Enviar um comentário