Tinhas-me prometido o sono
o
sossego
e
o negro
que
alimenta a noite de ti,
tinhas-me
prometido o silêncio
e
as pequenas árvores do bosque
perto
antes
do amanhecer acordar e levar-te,
Tinhas-me
a mim
e
trocaste-me por um velho espelho recheado de ranhuras...
tinhas-me
prometido o desejo
e
apenas cacos e pedaços de beijos sobejaram sobre a mesa da sala,
tinhas-me
e nada de ti era a verdade
nunca
tivemos manhã
nunca
existiu em nós alegres madrugadas...
tinhas-me
e deixaste-me fugir pela fechadura do medo,
tinhas-me
prometido o prometido
as
palavras que escrevo
que
tenho medo de escrever e
as
palavras vorazes como um rio em ti perdido,
tinhas
tinhas-me
prometido o sono
o
sossego
o
desejo,
(e
o negro
que
alimenta a noite de ti)
tinhas-me
prometido o fogo
e
todas as lareiras de todas as bibliotecas das casas abandonadas
tinhas-me
e
deixaste-me suspenso no tecto da insónia...
(Francisco)
Sem comentários:
Enviar um comentário