sábado, março 23, 2024

Amo-te

Amo-te e a noite é um Inverno de insónia, é uma mentira que habita o meu corpo

é uma palavra na míngua madrugada, esplendor exacto do realismo metafórico do meu olhar

parvamente, amo-te

 

Pravamente, desejo-te

mas a noite não foge de mim, como foges tu das minhas mãos,

incremento metálico quando um parafuso de pressão mergulha nos meus lábios

uma viga alveolar me consome

me mata

e amo tanto esta viga

como te amo tanto neste inferno de insónia

 

Amo-te e aproveito para inventar o momento flector desta viga na ardósia da Primavera, esta flor te a vou oferecer, e como eu adorava, desenhar esta flor na tua doce pele

 

No teu doce silêncio

amo-te acreditando

acreditando que também me amas

só que de uma maneira diferente de amar

como a poesia

eu amo-a

tu também a amas, eu sei

 

Amo-te.

 

(Francisco)

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