Um barco pede-me desculpa
por ter levado o mar,
um pequeno rio
deita-se junto à janela
do mar
e dorme;
dorme nesta cama
envenenada pela lua de corsária
erguendo-se da terra
como a serpente em beijos
floridos.
É tão miserável este barco
que esconde nas mãos a
flor cardada
da manhã,
o Alfredo acende as
estrelas
e poisa sobre a mesa do
pequeno-almoço
as palavras que durante a
noite
fugiram da alvorada.
E eu não tenho cama,
não durmo nestes rochedos
poeirentos
que trazem da outra
margem
as crianças que brincam à
porta da igreja;
e procuro o mar
dentro do meu sonhar,
também eu,
parecendo uma criança que
brinca à porta da igreja.
(orgasmo literário)
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