Roubava os pássaros do paraíso para te os oferecer, dava-te o mar, se eu pudesse, roubava o sol e a lua,
E todas as palavras que a
lua inspirou.
Roubava a Primavera, para
adocicar os teus lábios de mel, roubava as cores do Outono para pincelar os
teus lindos e doces olhos de mar.
Roubava a noite, para que
nunca tivesses insónias, enquanto pensas em mim,
Roubava o silêncio e
vestia-o de beijos, roubava a madrugada, e vestia-a de margaridas, do meu
jardim de papel,
Roubava os pássaros do
paraíso, todos, para te os oferecer, quando da montanha uma sombra se ergue,
levanta as mãos para Deus, e suplica…
Estou aqui, aqui junto a
ti.
Roubava o teu sono,
roubava os teus sonhos, falando em sonhos, meu amor,
De que cor são os teus
sonhos?
Como se vestem os teus
sonhos, meu amor?
Se eu pudesse, roubava a
manhã, o livro de poesia que deixaram numa qualquer esplanada, e roubava os
versos desse livro de poesia, e oferecia-tos, todos, todos teus, meu amor.
Roubava a tarde junto ao
mar. Roubava o bronzear da tarde para escrever nos teus lábios
Amo-te,
Roubava a saudade,
roubava a infância, roubava o Mussulo nas suas manhãs de Domingo, quando eu,
quando eu ainda acreditava nos barcos,
Falando em barcos, meu
amor, roubava todos os barcos e oferecia-tos, todos, todos eles,
- que parvalhão,
E pergunto-me meu amor, e
pergunto-me o que farias tu com tantos barcos, se eu, se eu, o menino dos
barcos já cá não estiver…
Roubava os pássaros do
paraíso para te os oferecer, dava-te o mar, se eu pudesse, roubava o sol e a
lua,
E todas as palavras que a
lua inspirou.
Roubava a primeira
lágrima da manhã, e oferecia-ta, toda tua, meu amor
Se a noite me trouxer, se
da noite eu receber os teus dedos, se na noite eu conseguisse beijar os teus
dedos, em flor,
Deste meu jardim de
papel.
Se eu pudesse, se eu
pudesse roubava todas as armas e acabava com todas as guerras, meu amor, se eu
pudesse,
Crescer no meio da galáxia,
no centro do quadrado, quando um pequeno círculo se aproxima, e ele, esconde-se
De ti
E nenhuma criança tinha fome
e nenhuma criança morria de frio e de dor, meu amor,
Roubava a tempestade, meu
amor, e oferecia-ta, mas antes, domesticava-a, ensinava-lhe a fazer versos,
ensinava-lhe a ler-te versos,
Se eu pudesse roubava a
tranquilidade da noite, junto à lareira e, abraçava-te, beijava o teu pescoço…
E ficava entretido com o
teu cabelo,
Amanhã,
Junto ao mar,
Roubava-te o sono.
18/11/2023
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