quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Janela

 Desta janela oiço a voz do silêncio em desespero,

Desta janela, converso, desta janela converso com esta lareira,

E percebo que o meu corpo flutua,

Navega nesse mar imenso,

Deste mar sem nome,

Invisível da minha janela,

 

Desta lareira, desta lareira observo a minha janela,

Olho-a sossegadamente,

Como se olha para uma criança que acaba de brincar,

De cabelo ao vento,

No cabelo em flor,

 

Desta janela oiço a voz

Do silêncio em desespero,

Desta janela vejo a manhã a erguer-se,

Vejo a noite quando se deita junto a mim…

E tenho a certeza que o meu corpo flutua…

E desaparece quando regressa o luar.

 

 

01/11/2023

Sem comentários:

Enviar um comentário