Regressam as primeiras equações de sono
E se Deus quiser
Todas as fogueiras
Onde ardem todos os
corpos
São
Equações mergulhadas em pequenas
equações de sono
Revolta-se porque a tristeza
aportou em sua mão
Não o faças gazela do
mato
Milhafre enfartado…
Nunca peças o perdão
Quando a montanha desce a
calçada
E um círculo de luz
Leva-te até às
profundezas do Tejo
Podias ter-te abraçado a
esse rio
Podias dormir nesse rio
Peixe carnívoro de todas
as abelhas em flor
Que do salgado sangue
Mergulham na tua boca
Os restos de esperma da
noite anterior
Às palavras
Abraçam-se os cadáveres
de prata que a manhã vomita sobre a geada
Cavaleiro e cavaleira
Madre
Padre
Filho e filhos
(da puta e não só)
Às palavras
Das lápides de sono
Que tal como as equações…
A calçada hoje é um
dormitório de espermas ressequidos pelo incenso da vida.
08/04/2023
Francisco
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