Deito a cabeça no teu ventre
E oiço as andorinhas
Quando acordam pela
manhã,
Esqueço-me que existo
Deixo-me ir enquanto a
noite voa nos lábios do silêncio,
Deito a cabeça no teu
ventre
E todas as estrelas vêm
aos teus olhos
Como se fossem pássaros
Como se fossem árvores
Ou palavras semeadas
Nas margens de um rio,
Deito a cabeça no teu
ventre
E consigo ouvir o mar
E todos os mistérios do
mar,
E adormeço em ti
Como adormecem as sílabas
Nas páginas de um livro,
E a noite é uma canção
que apenas os teus lábios conseguem ouvir.
Alijó, 27/12/2022
Francisco Luís Fontinha
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