Dêem-me asas que
eu voo
Dêem-me um
pedacinho de terra
Que eu construo
o mais belo jardim
Deste amigo
poema
Cansado de mim.
Dêem-me a lua
Para pintar nos
seus olhos
Os cortinados da
manhã
Quando o mar se
despede
Quando o mar morre
na minha mão.
Dêem-me o
silêncio das árvores embriagadas
E nelas
Posso desenhar os
pássaros e todas as madrugadas
Dêem-me a voz
Para bem alto
gritar.
Dêem-me a morte
A má sorte
Dêem-me essa
canção de revolta
Para eu subir à
montanha mais alta
E sentar-me
enquanto te olho.
Dêem-me as
pedras e as ribeiras
Os livros e as amarras
da solidão
Dêem-me tudo e
não me dêem nada
Mas não me tirem
as palavras
Que escrevo na
madrugada.
Alijó,
23/11/2022
Francisco
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