Este relógio
Que morre no meu pulso
Este relógio
Que não escreve na minha
mão
As horas em que vivo
Este relógio
De números invisíveis
Deste relógio
Que transporta a dor
Que sentem as flores do
sono
Este relógio
Que habita no meu pulso
O meu pulso sem coração
Só
Completamente só
Este só
Que é este pulso só
Deste relógio
O relógio dos quatro
ventos
Junto ao mar
Este relógio
Com veneno em apêndice
Com poemas e sem poemas
Porque este relógio
É o relógio deste poeta só
Alijó, 26/11/2022
Francisco Luís Fontinha
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