Das palavras desertas
Às palavras cansadas,
Das palavras infinitas,
Ou comestíveis,
Das palavras abertas,
Às palavras famintas;
Ou todas as palavras
invisíveis.
Das palavras envenenadas,
O oiro moiro da saudade.
Nas palavras amadas,
Às palavras sem vaidade,
Nas palavras mimadas,
Um pouco de verdade.
Das palavras deste livro
em combustão
Às palavras sem nome,
Das palavras do coração,
Alheio à fome.
Das palavras em ti,
Em ti sentir o verbo
amar,
Nas palavras que vi,
Que vi junto ao mar.
Das palavras
testamentais,
Dos poemas em jornais,
Das palavras aos pardais,
Nas palavras que andais.
As palavras – que tombam
ao som de uma espingarda.
Nas palavras amadas,
Às palavras sem guarda,
Estas minhas palavras,
Palavras cansadas.
Alijó, 1/02/2022
Francisco Luís Fontinha
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