Dentro deste silêncio
Que abraça os rochedos
nocturnos da insónia
Habita uma flor de sémen
Que caminha na montanha
Sem perceber que a cada
luar
Há uma nuvem de medo
Para cada mão de solidão
Na espera de um abraço.
Na espera de um beijo.
Uma flor de sémen
Cansada da viagem
Descendo ravinas
Até poisar junto ao mar;
Em cada flor de sémen,
Uma equação de saudade
Levita sobre as sanzalas
da infância.
O desenho da cidade
No pavimento térreo
Quando caia a chuva
E se erguia na planície
O despertar da manhã.
Em cada flor de sémen
Uma simples vibração;
Até que os pássaros se
despedem da Primavera.
Alijó, 09/01/2022
Francisco Luís Fontinha
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