Sentimos
e sentamo-nos
Sobre
a equação das paixões.
Percebemos
que depois de uma equação morrer,
Tal
como as palavras do poema,
Apenas
permanece a sombra,
E
a saudade.
Da
saudade,
Tenho
saudade,
Do
poema, das palavras do poema,
Odeio-os,
Como
odeio os pássaros no Inverno,
Que
podiam estar recolhidos, junto à lareira e,
Voam
estupidamente junto às árvores.
Dos
rios,
Tenho
a saudade do vento junto à ponte pedonal,
Quando
eu criança,
Brincava
com um papagaio em papel;
A
minha mãe,
Desenhava
e construía papagaios em papel,
Que
voavam sobre uma Luanda longínqua,
Sombria
hoje,
Sombria,
para mim, ontem.
O
poema posso assassinar diariamente,
Quanto
à saudade,
Essa,
É
impossível de assassinar.
Na
equação das paixões,
Pareço
um sonâmbulo quando brinca
Com
uma nuvem adormecida,
Que
o professor,
Por
falta de tempo,
Esqueceu
na ardósia da manhã.
Quanto
à saudade,
Essa,
Nunca
se esquece,
Nunca
se apaga na memória do poema;
Dorme,
às vezes,
Revolta-se,
outras vezes,
Mas
é impossível de apagar,
Assassinar,
Ou
mesmo ela,
Se
suicidar contra a janela do silêncio.
A
saudade, tenho-a,
Muitas.
A
saudade é uma roda dentada,
Que
nunca se esquece do mar.
E
no mar,
Vive
a saudade.
E
no mar,
Habitam
todos os poemas de ninguém.
Francisco
Luís Fontinha
ESTiG,
Bragança, 16/11/2021
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