Trazia no olhar
A tristeza das pedras
magoadas da calçada,
Sabia que em cada
despedida,
Em cada porta de entrada,
Existe a saída,
Existe a madrugada;
Na madrugada de amar.
Do silêncio adormecido,
Entre manhãs e correrias desproporcionadas,
Tinha sempre na algibeira
um recibo,
E a fotografia das pedras
magoadas.
Pedras da calçada; digo.
Quando sentia o desejo do
amanhecer,
Distante, distante de se
ver,
Tão distante de descrever,
Quando podia apenas
escrever,
Sem perceber…
As palavras que sigo.
Trazia no olhar
A tristeza das pedras
magoadas da calçada.
Trazia no olhar
A lágrima chorada,
O cheiro a mar,
O cheiro a pedra magoada.
Trazia no olhar
A tristeza das pedras
magoadas da calçada,
Da manhã ao acordar,
Trazia na mão,
A lágrima de chorar,
Chorar a pedra magoada,
Magoada na solidão
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 29/11/2021
Sem comentários:
Enviar um comentário