Conheci
a puta de uma laranja assassina.
O
gesto de coçar os testículos,
Quando
o Rossio entre orgasmos e gemidos,
Traz
o cansaço,
Os
berros,
E,
os cubículos.
O
restaurante, encerrado.
As
putas em delírio,
Sem
clientes,
Passam
fome,
Deveras,
Quando
a aldeia acorda.
E
eu, aqui sentado,
Fumando
cigarros de haxixe, toco clarinete,
Bombo,
Punhetas
a grilos,
E,
afins.
Se
te podes revoltar, revolta-te,
Come
tremoços,
Mija
contra os postes de electricidade,
Vem-te,
Vai-te,
E
fode-te,
Ao
pequeno almoço.
As
laranjas assassinas,
Na
marmita do tesão,
O
foda-se,
Então?
Ai
Senhor,
As
putas em delírio,
O
cansaço delas,
Nas
mãos calejadas do centro de massa…
A
equação do caralho,
Lacrimejado,
Entre
paredes,
E
dias de desassossego.
Por
isso não esqueço,
A
maldade,
O
sumo da laranja,
Quando
assassina o sexo.
Morre
o tesão;
Fodam,
fodam, que agora é de graça,
E
não digam a ninguém,
Contra
os rochedos,
Marchar,
marchar…
E,
depois,
Não
se esqueçam de encerrar a janela,
A
fechadura,
Porque
às vezes, parece,
Mas
não o é,
Sempre,
às escuras.
Faltou
a luz,
Esqueci-me
de pagar a electricidade,
Foda-se,
Vou
mijar contra o poste,
E
se não gostarem,
Acabou.
Fim.
Fodi-me.
Fui
assassinado por uma laranja.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
21/03/2020
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