segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Sentir



Sinto no corpo
O peso das esplanadas em solidão,
Sinto no corpo
Os rochedos do medo,
Junto à noitinha…
Quando regressa o sonho,
Sinto no corpo
A tua voz a gritar NÃO,
Desde a madrugada
Até ao anoitecer,
Sinto no corpo
As clarabóias do sofrimento,
Os alicerces das cidades em destruição…
E uma gaivota revoltada
Poisa sobre a minha sombra, e dorme na minha mão,
Sinto no corpo
A saudade, o silêncio… e a vaidade,
Sinto no corpo
Os livros que nunca vou escrever,
Por indiferença, por preguiça… por tudo e por nada,
Este peso,
Este corpo,
Que foge em demandada…


Francisco Luís Fontinha
13/02/17

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