segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A noite louca de paixão


A noite despe-se sem saber que o dia ainda não terminou

Acendem-se as luzes do sonho

Inventam-se as sombras do amanhecer

Vem o luar

E esta cidade onde habito…

Mais parece uma montanha a arder

O cheiro do carvão

As palavras do homem que corre as ruas em busca de solidão

E a tristeza

E a tristeza sempre alicerçada à mão

Como se trouxesse uma caneta invisível

Escreve nas paredes

Nas árvores

E nos cinzentos beijos da insónia

A noite

Louca

De paixão

Não dorme

Não revindica a alegria

Nem as fogueiras da madrugada

A noite despe-se

Sem saber

Que um dia

Que um dia a tempestade há-de regressar…

E do sonho acordará a morte.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

segunda-feira, 14 de Dezembro de 2015

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