quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Sonhos de cordel


Se o cubo de vidro se partir

Deixo de ter Pátria (já não a tenho)

Identidade

Nome

Idade,

Se o cubo de vidro se partir

Deixo de ser eu

O menino dos papagaios em papel

O menino dos musseques

E dos sonhos de cordel,

O machimbombo apeado no meu peito

Sem saber que o amor não pertence a este horário

Cidade

Sonho

Balneário deserto recheado de corpos perfumados

E plantas amarguradas,

Se o cubo de vidro se partir

Deixo de pertencer a ti

Montanha enamorada

Planície das sanzalas

Noite sem madrugada…

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quinta-feira, 22 de Outubro de 2015

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