sexta-feira, 5 de junho de 2015

Corpo inventado


Quanto tempo

Tempo algum

Sobre o corpo nu,

 

O cadáver de rocha fendilhada

Descendo as escadas do tempo

Quanto tempo

Tempo algum

Sobre o corpo nu

Acorrentado na madrugada,

 

Não o sei,

Nunca o saberei,

 

Quanto tempo

Esta janela encerrada

De cortinados enfartados

Das palavras

Minhas

Que o tempo

Alimenta

Quanto tempo

Este tempo

Demora a entranhar-se na minha janela

Sem vidros

Sem ementa,

 

Quanto tempo

No tempo

Que nunca sonhei…

Quanto tempo

O tempo

Sobre o corpo nu,

 

No corpo que inventei!

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 5 de Junho de 2015

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