O esboço
atrapalhado das palavras incendiadas pelo teu coração,
a ilha afundada no
centro geométrico do Oceano da escuridão,
os tímidos beijos
engasgados na neblina falsa quando a manhã se masturba no teu olhar,
a confusão dos
lábios quando há mãos fugitivas que acariciam o teu peito de
anelar amanhecer,
fingir que...
… que existem
flores no teu cabelo,
às horas
adormecidas num triste calendário suspenso na parede da solidão...
e fogem,
e saltitam...
todas as madrugadas
de desassossego,
o meu corpo se
esquece de caminhar,
e arde,
o esboço na
algibeira do cansaço,
o parvo pedreiro
construindo muros invisíveis com sabor a paixão...
dos homens, dos
silêncios embalsamados que transportam poemas,
poemas envenenados
pelas tuas coxas de marfim prateado,
o esboço amor numa
límpida árvore em pleno voo...
ao longe o mar...,
só,
ao longe os azimutes
do sexo alimentando espelhos nocturnos...
… que nem a
própria noite aquece,
que nem os teus
seios desejam,
perco-me na tua
jangada de suor quando a tua pele de papel se deleita...
e uma estrada sem
saída, e um carrossel de madeira em pequenas fatias de morte,
gritam eles...
“não temos
sorte”,
e há uma casa que
nos espera, e há uma casa vazia com pobres janelas...
não durmo, não
leio o que escrevo,
por medo, por medo,
por medo... dos espelhos nocturnos.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 25 de
Outubro de 2014
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