não tenhas pressa
de morrer
voa como os pássaros
embrulhados em pedaços de liberdade
ouve a canção da
madrugada
escuta as minhas
palavras
pega na minha mão
vamos sonhar com o
mar
não tenhas pressa
em partir
viajar
porque quando descer
a noite sobre ti
haverá sempre uma
língua de Luar
haverá sempre um
espelho com o teu sorriso...
que nunca deixará
que eu te esqueça,
ouve-me
não tenhas pressa
de te ausentares dos meus braços
não tenhas pressa
de morrer
não
não acredites no
que ouves
escuta o silêncio
do amanhecer
e vamos brincar
como o fazíamos
junto à Baía de Luanda
quando inventávamos
barcos
e pequenos fios de
luz com sabor a saudade
ouve-me
não,
não tenhas pressa
de morrer
voa
voa sobre os
telhados de zinco das sanzalas de porcelana
saboreia a chuva
miudinha
salta sobre os
charcos invisíveis do entardecer
vive
vive sem sofrer
vive... vive
acreditando que ainda existem manhãs de Primavera
vive... como se
fosse hoje o teu último dia
e acredita
e não tenhas pressa
de morrer
… não.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 4 de Maio
de 2014
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