oiço os tentáculos do meu sonho
quase que lhes toco
acaricio-os como se fossem o rosto
negro da mulher com asas de saudade
converso com eles... mas existe um
cortinado de estanho que ofusca o fumo da solidão
sei que do outro lado do cortinado
vives e tentas agarrar-me
mas eu voo sobre os telhados de vidro
que tens no teu cabelo
oiço-os
quase que lhes toco...
e acordo e percebo que apenas há noite
e pedacinhos de sombra acorrentando o meu corpo...
sou ou não sou um corpo navegante?
um corpo... em busca do cais do sossego
oiço-os e toco-lhes oiço-os e
toco-lhes oiço-os e toco-lhes
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 17 de Abril de 2014
Sem comentários:
Enviar um comentário