foto de: A&M ART and Photos
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Desejar o sol é muito
porque nada desejei
escrever é estar vivo... amar quem
nunca amei
e nunca quis acreditar nas esplanadas
em vidro
desejar a lua é tão pouco pouco
para quem quer ser as frestas de
solidão que embrulham o teu desnudo corpo
as flores
os cansaços emagrecidos do plasma
adormecido,
Desejar é pouco ou quase nada
desejar o silêncio que embainham os
teus lábios... desejei-o e cansei-me de esperar
que abrissem as janelas do doce
colarinho de espuma que o mar deixa sobre os lençóis de seda...
desejar é tudo
desejar... desejar que arrefeça a tua
mão
que cresça o tua paixão com asas em
papel... desejar o sol
e ter a lua
desejar a lua
e ter apenas a sombra da montanha...
sem o sol vomitando asneiras em palavras envenenadas
desejar-te como o és... uma rosa nua
de veludo
uma rosa apaixonada dos jardins
suspensos que habitam a madrugada,
Sem fronteiras de cetim
deitada a meus pés...
desejar o sol é muito
porque nada desejei
escrever é estar vivo... amar quem
nunca amei
e nunca quis acreditar nas esplanadas
em vidro
desejar a lua
é pouco... tão pouco... tão pouco...
que deixei de acreditar que estou vivo...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 9 de Janeiro de 2014
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