foto de: A&M ART and Photos
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Sumias-te nas fendas cansadas das
noites sem dormir
misturavas-te com a bruma espuma do
infinito amanhecer
lias-me folheando-me como se eu fosse
um livro inacabado
sujo
imundo deixado esquecido num banco em
madeira,
Tínhamos frio
e sentíamos os ossos mergulharem no
silêncio das pratas em construção
havia um poema que líamos todas as
noites antes de adormecermos
e não dormíamos
e não tínhamos vontade de voar
naquela noite de Novembro,
Ardíamos como lareiras de vidro
suspensas na insónia
ardíamos debaixo de mil cobertores
e de alguns invisíveis...
havíamos descoberto o abraço em
prestações,
Trinta e cinco suaves
como janelas pigmentadas nas faces
rosadas do Inverno
tínhamos um barco que esperava por nós
e todas as noites
habitávamos os musseques imaginários
de uma Lisboa travestida de felicidade...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
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