Desenho de: Francisco Luís Fontinha
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A simplicidade dos teus olhos, o silêncio agreste
da tua boca doirada, também em ti, quando dormem todos os desejos,
as cavernas da paixão, sós, nós, tu e eu, duas sombras, duas
simples sombras... nos abraços dos céus,
A simplicidade das tuas mãos, visíveis, e
invisíveis os teus lábios mergulhados no cacimbo que a noite
constrói depois de adormecerem todos os sonhos,
Em ti?
O quê?
O verde rodeado em azul? O azul misturado em verde,
caule frágil dos teus seios de amêndoa..., a simplicidade, o
silêncio, e o desejo com que as palavras nos absorvem, comem... como
os sexos em plataformas giratórias depois de cair a noite,
Simples, a simplicidade dos teus olhos, que nunca
vi, que nunca...
Ver?
Deixei de o fazer depois das navegantes viagens ao
teus púbis de solidão..., ver? Ver, o quê? Se o verde abraça-se
ao azul..., e este, o azul, ama compulsivamente... o verde; assim é
a cor dos teus olhos, definitivamente, sós, sós como as minhas
tristes mãos.
@Francisco Luís Fontinha
Alijó
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