foto: A&M ART and Photos
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Embebida nas drogas sintéticas do
desejo
há palavras que brotam em teus
alicerçados lábios de amanhecer
como pedaços de papel suspensos de um
velho livro de poemas
há uma cadeira vazia onde te sentavas
e deixaram de existir os gemidos gonzos
perdidos de ti,
Saboreando eu as ditas embebidas na tua
doce boca
ou quando acorda o botão de rosa
e sabes que vem do espelho cinzento o
vento que te enlaça
e enrola nos cordões de aço
sobre o rio em delírios nocturnos,
Abres as janelas das cinco torres de
neblina
que sobejaram da alegre tempestade de
alento
sabes que parti porque sou como as
gaivotas
voando de mastro em mastro
em busca de alimento,
Sou
sou um falso carvão filho de um
medíocre carvoeiro
que corre as ruelas da cidade numa
bicicleta antiquada
não estou habituado a alimentar-me
como as pessoas normais
talvez porque eu não seja humano…
talvez porque eu sou um normal carvão,
Sem coração
profano
embebida nas drogas sintéticas do
desejo
ela a Rainha das madrugadas em poesia
saltando de vez em quando os tristes
muros da insónia...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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