foto: A&M ART and Photos
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Letras apenas
pequenas
tretas
que às vezes não percebem
que as pretas
uvas
são eternas
formosas como cobertores de Outono,
Rosas
vestidos cansados sobre ombros de prata
nossas vozes recheadas pelos vendavais
de lata
em casas rochas a areia assassina dos
quintais de Inverno,
Ai menina
o que seria de mim dentro do poço no
inferno
sabendo eu que a minha triste sina
é... dormir inventando letras de papel
aquelas... as pequenas
tretas dos silêncios papagaios
coloridos,
Ventos os sofridos
vendo tudo
a minha alma que não tenho que nunca
tive que não pretendo ter
vendo semáforos de Verão com
guarda-sois semeados nas lajes graníticas
aquelas
onde brincam os teus lábios e gravitam
as tuas mãos de cegonha...
Meu deus...
que vergonha
a minha triste palavra escondida na
algibeira da montanha adormecida
Deus ignora-me? Claro que não meu
versos transtornados
Deus passeia-se dentro de mim
sem que eu perceba o que são
incógnitas equações em três apenas letras...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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