quinta-feira, 9 de maio de 2013

Cidade nocturna

foto: A&M ART and Photos

Há uma cidade nocturna dentro dos nossos livros
tocados
oferecidos
livros... inventados
adormecidos entre os parêntesis da madrugada como os nossos corpos entrelaçados,

Havia uma figueira anã com dentes longos e finos do marfim silêncio da manhã
depois dos abutres homens com cigarros de brincar
entrarem em nós
e parecíamos crianças perdidas na mão do feitiço
ah.. aquela luz despedaçada contra os olhos do escorpião azul-marinho...

Como os nossos corpos dilacerados e envenenados
com as palavras que sobejaram dos livros trocados
emprestados... alguns
sem o sabermos
sem... que a luz do eterno menino de calções acordasse para nos atormentar,

Quem?
aquele infeliz desejo que é o abraço ao teu ancorado corpo...
o menino mar comendo barcos e chapinhando a água salgada
das lágrimas da montanha do sonho
onde habita um castelo de insónia como filetes em textos complexos (não ficção),

“Cuidado” nas investidas noites com lâmpadas de tédio
procurando o rio onde dormem os destroços da alma
os restos ressequidos dos corpos abandonados
em suores de sémen
correndo calçada abaixo...

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha

Sem comentários:

Enviar um comentário