foto: A&M ART and Photos
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uníamos-nos como silêncios rochedos
que o mar absorvia
e de uma pequena palavra escrita tua
mão docemente desabitada
tínhamos uma janela quando a
abríamos-la e poisávamos-nos como ramos de oliveira
numa orgia manhã magoada no fundo de
um poço
um efémero buraco com triângulos
lábios
e de uma pequena... conversa de criança
a palavra descrita quando o corpo
evapora-se e acompanha a manhã
hoje é segunda-feira e tudo desaparece
conforme a luminosidade eira dos sonhos...
uníamos-nos como silêncios,
em prata folhas alimentadas por sombras
de alecrim
abríamos-la com os pequenos sorrisos
dos aleijados desenhos
que eu sem jeito nem perfeito
deixei cair nas escadas do ausentado
mestre da solidão canina
parecíamos uns velhos alicates
enferrujados
esquecidos à porta de uma velha tasca
na cidade grande com ruas estreitas e
muitas janelas de tecido...
e sabíamos que era noite pelos uivos
apitos dos marinheiros de palha.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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