segunda-feira, 13 de maio de 2013

a luminosidade eira dos sonhos

foto: A&M ART and Photos

uníamos-nos como silêncios rochedos que o mar absorvia
e de uma pequena palavra escrita tua mão docemente desabitada
tínhamos uma janela quando a abríamos-la e poisávamos-nos como ramos de oliveira
numa orgia manhã magoada no fundo de um poço
um efémero buraco com triângulos lábios
e de uma pequena... conversa de criança
a palavra descrita quando o corpo evapora-se e acompanha a manhã
hoje é segunda-feira e tudo desaparece conforme a luminosidade eira dos sonhos...

uníamos-nos como silêncios,

em prata folhas alimentadas por sombras de alecrim
abríamos-la com os pequenos sorrisos dos aleijados desenhos
que eu sem jeito nem perfeito
deixei cair nas escadas do ausentado mestre da solidão canina
parecíamos uns velhos alicates enferrujados
esquecidos à porta de uma velha tasca
na cidade grande com ruas estreitas e muitas janelas de tecido...
e sabíamos que era noite pelos uivos apitos dos marinheiros de palha.

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha

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