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É da tua voz difusa que os traços de
suor
acordam nas pétalas loucas que os
poetas inventam
misturam-se nos teus lábios (sem que
eu saiba se são doces ou amargos) sílabas
de água perdidas entre rochas e
árvores de candeias
à luz semeada pelo diáfano silêncio
dos desertos cansados da tua boca,
Há dias que não percebo esta solidão
de areia
que o vento levita das pequenas junções
das lajes de granito da eira de Carvalhais
e no entanto
acompanha-me o melódico sorriso do
melro alegremente
penso eu (apaixonado) porque faz
balançar os pinheiros dos sonhos,
Atravessas a cidade sobre o arame da
saudade
e deixas cair sobre mim
as madeixas de papel que se desprendem
do teu cabelo revoltado
com palavras misturas-lhe palavras em
constante equilíbrio
e sofrimento de dor,
Inventas o rio para me alegrares
mas até isso me entristece como me
entristecem as amarra de aço
que prendem os barcos apodrecidos
(também eles de aço)
a um cais de desassossego que tu dizes
ser meu quando nasci das finas cordas que as gaivotas engolem,
Apetece-me subir ao andar superior onde
habitam os gemidos da tua voz
que definem os traços de suor
que a pobre ardósia escreve
construindo a geometria do amor
Dois quadrados podem ou não podem
apaixonarem-se um pelo outro?
E dois triângulos de Luz?
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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