quinta-feira, 14 de março de 2013

Menina de porcelana


Porque não te encontro
se a montanha está aqui
se o rio de braços abertos
corre incessantemente para o mar
apenas para te abraçar
corre
corre nas gotas da miudinha chuva
despida
nua
dos lábios da lua...
ah... se eu te encontrasse
dentro de uma caverna enfeitada de madrugada,

(se o rio de braços abertos
corre incessante para o mar
apenas para te abraçar),

Porque não de encontro
se a montanha está aqui
deitada nas árvores de prazer
e te amar
na noite construída de azuis laços de esfera
(não te encontrando)
perdidamente nos beijos de beijar
devagarinho até ao mar,

Porque não te encontro
luz do candeeiro de ternura
que amena dos livros apaixonados,

Porque não te encontro
menina porcelana
com feitio de cigana
no espelho da madrugada
porque não
encontro
te fingindo adormecer
sobre a cama da saudade...

Porque não te encontro
se a montanha está aqui
entre crepúsculos e marés de vidro
nas pedras onde nos sentamos
e beijamos
ao som do Pôr-do-sol...

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha

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