sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Vulcão de areia


Um vulcão de areia
entranha-se na minha pedra mão
como se os Sábados fossem silêncios de prata
cansados do orvalho que durante a noite
poisa levemente sobre as árvores nuas,

Acreditava eu
que os bichos tinham na algibeira beijos de silício
e ramos de alecrim
acreditava ela
que eu escrevia palavras nos lábios das estrelas,

E suspendiam-se em mim
as garras perfeitas das canetas de tinta permanente
que sobre a solidão de uma folha de papel
sozinha
desenhava sorrisos com dentes de poesia mórbida,

Ouviam-se os corredores da morte
procurando as suas almas
e mesmo assim
acreditava que me amavas
como os pássaros amam os pedacinhos de sol das searas abandonadas,

Tinha medo das cartas de amor
que nunca conseguiste escrever
porque dentro de ti
há uma janela com diamantes
que deixa fugir todas as palavras belas que a paixão amealhou.

(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha

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