Liberto-me das flores
dos espinhos em sítios distantes
como os amores
os amantes
liberto-me das pedras falantes
dos gritos distintos e ausentes
liberto-me dos corpos húmidos das
manhãs de Primavera
como sempre ontem adormecia no teu colo
imaginário
e tão bela
ela
dentro do aquário
como os lábios de um louco
milionário...
Liberto-me das palavras não me
pertencerem
e das asas as gaivotas enlouquecerem
liberto-me sem perceberes que sou louco
e apaixonado
pelos livros com braços abraçados
e pelos livros com os olhos cansados
liberto-me da noite solitária entre o
mar e o barco ancorado,
Liberto-me da ceia
infinita seara de mendigos com cerveja
liberto-me da cereja
dentro de um pão
que semeia
a triste ilusão
de um pobre coração
acreditando acreditar nas janelas de
vidro do casarão.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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